21 novembro 2006





Às terças eu costumava ser mais feliz.

Hoje é terça.

Tertia

Um terço de mim quer voltar a ser feliz às terças.
Um terço de mim procura um meio de ficar inteiro novamente.

Eu resisto.

Estou reduzida a um terço de mim.

o gênio da lâmpada

Círculos.
Destesto pensar que o homem anda em círculos. Ir em direção ao mesmo ponto, ou seja: ir em direção ao início.
Isso me soa como algo inútil. É claro, não é inútil, todos sabemos. Mas parece...ah, parece!
Tá certo, eu acendo uma lâmpada, e sei que essa luzinha embutida foi "inventada", um dia, por um maluco-beleza-cientista que ACREDITOU que ia dar certo. E deu.
Não sei quantas lâmpadas eu já acendi e apaguei nessa minha nem tão breve vidinha. Mas confesso a vocês que não me lembro do dia em que, ao ligar o interruptor, tenha me vindo à mente a lembrança do inventor dessa.
Mas eu sei do efeito. A luz ilumina, faz enxergar coisas que antes, na escuridão, não se via. Esse é o "gênio da lâmpada".

14 novembro 2006

caju no pé

Pé de caju, caju no pé.
Pede caju que tem.

balaio de gatos

Felina, de olhos arregalados.
Tuga, meio sonolenta.
Mala e Duda no sétimo sono.
E Nicky, o anãozinho, encostadinho em todos eles.

O bobó de camarão da mamãe (aqui)

Aprendi a fazer bobó de camarão acidentalmente.
Bom, acidentes acontecem...mas esse foi um acidente premeditado. Eu tinha todos os ingredientes para a deliciosa "tragédia", que deu certo.
Cozinha não tem mistério.
Cozinha é como um laboratório de horrores: pica-se, esmaga-se, liquidifica-se, esquarteja-se...
Quem não faz isso de vez em quando corre o risco de querer fazê-lo uma vez só.
E aí é um deus-nos-acuda.
Recomendo a todos estar na cozinha, a cozinhar, com tudo o que este saudável exercício - a culinária - tem de interessante. Nem importa o resultado final, isso é secundário.
Processar é vital.

06 novembro 2006

a lua aos meus pés

"Menina do anel de lua e estrela..."

Bem, o anel é só de estrela. Uma estrelinha de "cristal" azul, no pé, que não passou pelas mãos da pedicure. Tava lá como veio ao mundo, um tanto quanto maior, mais áspero, mais achatado e menos rosado.

A lua aos meus pés é um exagero, é claro. Só na foto. Poderia ser também "a lua por detrás do meu pé" também, mas "por detrás" é pejorativo e quase que totalmente sem nexo: o que pode estar atrás de um pé?

O importante é que eu quero dizer que a lua estava lá e que eu tenho um anel de estrela azul no meu pé. E nada mais importa. Talvez o vento no coqueiro, ou o reflexo da lua cheia na água.

Um momento de extrema importância em minha vida foi registrado.

Fiz as pazes com meus pés, com a lua por testemunha.

mandacaru e o sertão

O sertão é...o sertão.
Espinhento, ensolarado, verde-acinzentado.
Mal aproveitado. Ralo.
(Culturalmente falando, é claro.)
Muita poesia, pouca água, muita falta de vergonha e de vontade.
(Vontade política, é claro.)
Anda-se pelo sertão e vê-se uma espécie de natureza abandonada à sua própria sorte.

01 novembro 2006

escorpiões de novembro

Ivove Luísa & Iris Hildegard
"escorpionas" adoráveis...


Novembros, que nem vem do nove, pois é o décimo primeiro. O décimo primeiro mês do ano, que está no fim. Em novembro eu me preparo para dezembro, que é o último e é aquele que é o meu. Meu pois nasci nele, lá, quase no final, depois do Natal.


Mas estamos em novembro. Tenho muitos amores queridos que nasceram em novembro. Muitos escorpiões maravilhosos, de veneninho bom, que me corre nas veias, por transfusão mágica, pacífica e sem traumas.


Encosto em um escorpião e me sinto em casa. Amo escorpiões.


Que me envenenem, sempre.




sobre a falta de coragem

Ah, queria ser corajosa
como uma índia
deitada em sua rede
com o indiozinho no colo
grudado na sua teta mole.

Nem aí pro resto.

Minha rede, meu mundo.

O mundo inteiro aos meus pés.

E eu ali...suspensa.