30 agosto 2006
Da janela eu via a praça
A praça era nossa.
Vivíamos lá, no tempo em que os bancos, de cimento, gelados, gelavam o nosso traseiro.
Mas quem se importava?
Reclamávamos da má iluminação, dos "maconheiros" e bêbados noturnos, aqueles, que depois iam beber água na nossa torneira do jardim.
Praça Amadeo Rossi.
As árvores...como cresceram!
Da janela, na hora do almoço, era a minha paisagem.
Todo santo dia.
Desde que o pinheiro foi derrubado, então, a paisagem, desobstruída, ficou completa. Mas aquele pinheiro não me sai da memória. Nem aquele ninho de órfãos que dele caiu.
Mas há muita coisa para lembrar e muita coisa para esquecer. Só que é incrível como a Praça se mantém, apesar de todos esses fantasmas que a rondam. Deve ser uma espécie de encantamento...
(Na foto, a aquarela que pintei em 1998, sentada num banco da praça. A janela ao fundo é aquela por onde eu a via como paisagem, todo santo dia, na hora do almoço.)
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Um comentário:
Parabéns pela estréia!
Mostaste grande sensibilidade e habilidade com a pintura e com as palavras, começando pelo título do espaço.
Agora tenho mais um lugar para visitar neste infinito espaço da net.
Beijão.
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