24 novembro 2008

e chove colorido....



Como passear pelas ruas e ficar alheia à estas maravilhas?
Eu paro e fotografo.
Pessoas me olham e se fazem perguntas.
Finjo que não estou ali, que sou Deus olhando orgulhoso um quadro que acabou de pintar.

18 novembro 2008

blog novo

Olá, pessoas.
Estou com um novo blog, onde exponho virtualmente acessórios de moda feitos artesanalmente. São colares, broches e artigos de decoração para a casa.

Visitem e dêem sua opinião.

andreazdesign.blogspot.com

E se quiserem fazer alguma encomenda, é só deixar um recado.

Abraço!

06 novembro 2008

curiosidade da hora

Sabem de uma coisa?

Gosto de falar de meus sonhos.

Adoro essa conversa descompromissada, sem pé nem cabeça.

Entenda - ou queira entender - quem quiser.

Eu, fora!

hahahahahahahahahahahahahhahahahahahah

peter pan ataca novamente

Ligo a tv, cansada, querendo que Anabela se aquiete um pouco. Assisto com ela um desenho no canal da Disney, já no seu final. Isso é comum, uma exigência dela. Quer me ter a seu lado todo o tempo possível. Quer que eu goste das mesmas coisas que ela gosta e, se eu não gosto, imediatamete ela me pergunta o por que.

Hum. O desenho é de um novo-velho personagem que povoou meus sonhos durante a infância. Lembro bem quando fui assisti-lo, pela primeira vez, aos dez ou onze anos, na companhia de meu primo Marcelo, lá em Tramandaí no Cine Caiçara.

Saimos do cinema, eu e ele, totalmente encantados com o filme. E, ao chegar em casa, brincamos de ser ele o Peter e eu a Wendy, nos equilibrando sobre a cerca de madeira que na época fazia divisa entre a casa de veraneio de Vovô e uma oficina mecânica. Caminhamos por sobre ela de braços abertos, fingindo voar sobre as nuvens. As finas tábuas balançavam e nos fazia logo perder o equilíbrio. Nosso voo terminava sobre a grama e lá íamos de novo...

Para minha surpresa, o final do desenho da tv era diferente do que eu havia visto no cinema. Peter Pan, depois de inúmeras aventuras pela Terra do Nunca salvar a menina, a leva de volta para sua casa...para encontrar sua mãe. E a mãe é...Wendy!

Vejam só que coisa! Mãe e filha no filme e mãe e filha no sofá da sala amando o mesmo personagem alado...

rugas

Sempre discordei das rugas de minha testa, entre as sobrancelhas. Nada contra ter rugas, todo mundo tem ou terá as suas, é normal. Só que eu preferia ter somente aquelas nos cantos dos olhos, bem mais animadoras.

Esta não sou eu, digo a mim mesma, analisando meu rosto no espelho. Este ar sério é só cenografia facial, nada mais que isso. É puro truque. E convence, mesmo sem eu mesma me convencer. Os sulcos entre os olhos me fazem ficar com ar de mulher má. Se eu fosse atriz, só seria escolhida para papéis de bruxas e congêneres.

- Você me batia na bunda e depois vinha pedir desculpas, mãe, hehe - me diz o Meco, rindo.

E ainda pedia desculpas sangrando por dentro. Mães precisam educar seus filhos...mas a que custo é isso para mim!

Sou mole. Sou fraca. Nunca fui de briga. Detesto barracos, xingamentos, provocações, histerias, passeatas. Mas minha face teima em dizer o contrário.

Já pensei em botox, cirurgia plástica, esticar a testa, usar uma máscara, e talvez um dia tente alguma destas coisas para dar um jeito de fazer casar o meu interior como meu exterior. Meu interior é fofo, como aquele recheio de almofadas e bonecos de pelúcia ou derretido ao primeiro contato como um rosado algodão-doce. Já a minha casca é séria e seca. Muito séria e muito seca.

Dentro de mim há uma vontade imensa de sorrisos. Mas posso fulminar alguém com um simples olhar. Como pode?

o barco e o brinquedo

Meu sonho foi costumeiramente estranho.

Uma festa, velhos companheiros, pessoas desconhecidas muito conhecidas, crianças, bebês, um brinquedo sensacional e um barco muito especial.

Não posso precisar minha narrativa pois soaria conversa de louco. Há muitas cenas, detalhes, falas e sentimentos. O brinquedo foi trazido por alguém numa roda de pessoas sentadas ao chão. Eu estava ali sentada e me encantava com ele. Como uma bola jogávamos com a mão, dando um "tapa" no brinquedo, que assumia, a cada tapa, uma forma diferente. E não era uma forma qualquer, era algo muito complexo, como um filme animado em stop-motion. Ríamos a cada transformação, mas era um riso de espanto, de surpresa, de admiração. "Como pode ser?" - eu me perguntava a todo tempo. Nisso, o dono do brinquedo chegava à porta e dizia um "vocês não viram nada ainda" e nós todos deixamos o "nosso" brinquedo para olhar para aquele que ele tinha nas mãos. E o brinquedo dele, maior, era como uma bolha transparente mutante. Suspensa no ar, a cada toque de seu dono, transformava-se em uma espécie de mini-cenário.

Em seguida - ou não - eu estava numa espécie de barzinho, desses que se tem na sala de casa, para preparar bebidas aos amigos. Mas tudo estava estragado, como se fazia muito tempo que não houvesse ninguém ali. Lembro que não havia luz, e alguém disse que era para ser assim mesmo, mas na cena seguinte haviam lâmpadas toscas pendendo do teto rebaixado, como se fossem improvisadas. E eu procurava uma tomada para ligar um aparelho que não lembro, como se eu soubesse o lugar das mesmas, mas elas haviam mudado de lugar. E a sala cheia de pessoas conversando animadamente, das quais só duas eu conheço. Os outros me eram totalmente estranhos, mas parecia que eu os conhecia há muito. E a minha agonia disfarçada não disfarçava nada...

Engraçado. Parece que sei que estou sonhando. Fico me dizendo "não pode ser isso, nem sei quem é esse!", "o que poderia ser isso?", "de onde veio isso?"...e nada do sonho me reporta a algo que tenha me acontecido, nem a um desejo que me deseja insistentemente ou algo que me tenha assombrado durante estes dias sem graça.

O barco era lindo, como se fosse inflável como um balão. E lá estava eu, noutra cena, tentando esticar umas amarras elásticas, para prende-lo ao chão. E contei com a juda de um homem que nunca vi na vida real - muito menos na irreal - , que era o dono do barco. "sensacional", eu lhe disse, "seria ótimo ter um barco assim no meio da minha sala" ou algo como "gostaria de morar num barco assim", e eu pensava em industrializar a idéia para vendê-la. Lembrei de meu pai. Ele adoraria essa idéia, parecia coisa dele. Procurei por marcas ou indícios de que ele havia colocado suas mãos ali, mas nada.

O que mais me espanta, ainda mais, além de brinquedos, bares e barcos infláveis, é que nestes sonhos há muita gente.

Isso pode ser revelador.

04 novembro 2008

da gentileza

Meu herói literário Carpinejar falou-me da gentileza, que só a gentileza segura um amor.

Ele está certíssimo.

03 novembro 2008

a luz da minha manhã

Manhãs de sempre.

Levanto descalça e pesada
como se a cama ainda estivesse deitada em mim.

A luz insiste
quer existir nos requadros da janela,
luz alaranjada,
luz às avessas,
luz de cenário,
como um entardecer matinal.

Todas as manhãs eu me engano.