07 junho 2007

"dormir, para chover"

"A chuva é quando me confesso.
Nunca poderei me salvar num dia de sol, numa manhã esquartejada de azul.
Como pedir desculpa com a luz me empurrando para a rua?
A redenção surge com a chuva, os relâmpagos montando pandorgas nos morros.
A chuva me transporta para a casa, para as gavetas, para o abajur.
Aos lugares mansos e pantanosos de mim.
A chuva e lá vão os olhos a nadar ida e volta.
Ida e volta.
Ida. "
Fabrício Carpinejar

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