Vejo-me cachoeira
desaguando um sem-fim
das alturas, lá na mata.
Respingos e nuvens
por todo o verde
e todas as pedras
me sorriem.
E até o limo
que alimento flor
que flor poderia ser
se limo não o fosse
assim, escorregadio,
perfumaria o ar.
Vejo-me fúria,
fúria de cachoeira,
inconforme e disforme,
tecida transparência
que queda livre.
Deságuo, choro um rio,
em doses cadentes
desmedidas, carentes.
Livre, na queda,
presa ao curso do rio.
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