26 outubro 2009

Eu tango com a vassoura

Vassoura na mão,
no meio da sala estou.

(Mas antes abrira as janelas para olhar a manhã chuvosa. As calçadas deslizam suas pedras. Os olhos da chuva são azuis.)

Vassoura na mão,
ar no peito,
um punhado de pó.

Há algo de errado no meu paraíso,
mas eu assim preciso.
Uma dança me espera.

Miro a flor, que ali há o sol.
Aperto o botão e o amarelo salta ao olho.
Uma janela se abre
e algo no ar me diz como agir.

Um para cá, dois mais além,
tres adiante.
Eu sigo um compasso
ditado ao ouvido
pelo violino-fantasma.

("perdoe, maestro, meu estranho ar!")

Eu é que devo - como sempre - conduzir meu par.

Nenhum comentário: