16 julho 2010

Adeus à Crisálida




Minha imaginação solitária segue seu rumo incerto.

Invento horas, partidas, chegadas. Invento os durantes, os tempos de acontecer. Sincronizo pensamentos com cores, danço nos acostamentos, planejo por mapas invertidos.

É hora de ir, eu sei. É hora de dizer adeus à crisálida.

Prendi-me a enganos. Prendi-me a detalhes. Quis achar o que quis. Achei, e agora quero perder tudo novamente. Ir sem deixar migalhas de pão, nem bolinhas de gude, nem moedas. É preciso que se desmarquem os caminhos.

É preciso ser bondosa consigo mesma, que se apague uma parte da memória.

A vida feita de ciclos é prazerosa, porém cansativa e dolorosa. O significado de tudo, ao final de tudo, pode ser só um lamento. E o lamento pode se transformar numa sombra que ninguém mais vê. Ficou lá atrás, perdido numa encruzilhada.

Estimo que a viagem recomece logo. Uma vez queria a pressa, hoje eu a exijo. Sem lenços nem despedidas, posso voar com minhas novas asas para lugares onde me permito ir.

Lugares de sonhos, de cores, de vida leve e aventureira.

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