03 outubro 2012

Ora direis ouvir...raios e trovões.

Ora direis ouvir o que não disse. Ora direis ouvir um "não, não é isso que voce está pensando". Ora direis ouvir e tentar entender o que pudesse, mesmo que ouvi-lo não significasse nada, uma vez que não é dito olho no olho. Ora direis ouvir eu te amo como se leva a taça vazia à boca...ora direis ouvir um eco vindo daquela fenda do tempo que se abriu quando ali
 se esteve, e ali não se viu passar, mas que ali estava e ali ficou, sabe-se não onde, nem quando...ora direis ouvir o som do cansaço da solidão, ora direis ouvir o estalo do espelho que se quebra. Ora, direis, não sou mais do mesmo, não sou mais aquela que queria tanto e que teria tanto e que amava tanto e que sonhava demais outro tanto.

Ora direis ouvir migalhas inventadas a troco de água..Ora direis ouvir a flor que murcha e despenca. Ora direis ouvir o tempo que finda na vidraça da janela...ora direis ouvir uma abelha que zumbe...

Ora direis ouvir (lá, bem longe ainda) um novo começo,que começa só com uma mínima vontade...

Ora, direis, ora bolas..."e o coração na curva de um rio um rio um rio um rio..."

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