31 agosto 2006

Aquarelando em Ilhéus

Se pudesse escolher, moraria em Ilhéus. Nem sei o que faria, profissionalmente falando, por lá...mas daria um jeito de sobreviver. Quando a paisagem é essa, esse verde-mar, junto a esse céu azul e à brisa leve, mais da metade da vida já está ganha. Seria preciso sómente muito pouco para completar o dia-a-dia. Muito pouco.

Da sacada da Pousada do Kalifa eu pintei esta aquarela. O dono da pousada é um egípcio de sotaque carregado. Que coisa, não lembro o nome dele nem o da simpática esposa, que sempre nos atenderam tão bem nas 5 ou mais vezes que lá ficamos...mas não importam os nomes, agora.

Uma senhora sentou ao meu lado, na hora em que pintava, e ficou a observar e fazer perguntas sobre as tintas...coisa que até gosto que aconteça, mas preferiria ficar só com meus pensamentos coloridos.

Quando começo uma aquarela não consigo pensar em outra coisa que não seja aquilo que estou fazendo: com o pincel, água, o estojo de pastilhas coloridas...o deslizar suave dos pelos sobre o papel rugoso...é como um ritual, que não pode ser interrompido por nada nem por ninguém.

Por instantes esqueço que existo. Por instantes esqueço de todo o resto. Mergulho o pincel na água e na tinta...e mergulho na paisagem, ou seja lá o que vier para aquele branco do papel à minha frente.

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