03 setembro 2006

Ainda o Efeito - Borboleta. Que coisa!

O que a Sandra Bullock tem que eu também tenho?

"Na mirada, como dizem os uruguaios", meu rosto numa foto lembrou a moça que é uma das namoradinhas da América. Fico envaidecida com essa lembrança, mas...fala sério(sic)!

Meu sobrinho Aramis me disse outra vez que eu era parecida com uma top model, capa de uma revista que estava na mesinha da sala, lá na praia. Fui verificar quem era a dita cuja. Nada mais, nada menos que a Daniella Sarahyba! "Tás louco?", eu disse a ele, e ele respondeu um "Ela me lembra de ti, tia, o rosto dela é parecido com o seu." Fiquei olhando um tempão a capa daquela revista, sem dar muito crédito ao meu sobrinho. E ele ainda complementou com um "sério, tia!", o que me deixou atônita.

Por fim, aceitei aquilo como um elogio e, a partir daí, comecei a ficar mais complacente comigo mesma. E como isso muda a gente por dentro!

Lembro de quando me achava feia e gorda, detestava meu cabelo, meus pés, reclamava de minha pele cheia de cravos e espinhas...até da minha altura eu reclamava. Baixinha demais, bunduda demais, coxuda demais. A adolescência é uma fase cruel para quem tem uma baixa auto-estima e a minha era mínima. Sempre me comprava às minhas amigas e, é claro, perdia feio para elas...e por conta disso deixava no ar a minha frustração, o que contribuía para que quem chegasse perto de mim recebesse automáticamente um aviso de não chegar perto, pois ali não haveria nada de bom para se "ver".

Muito ruim isso, né?

Eu era assim, já entrava na boate com aquela sensação de que ficaria sentada o tempo todo e que ninguém ousaria me tirar para dançar. O escurinho era poderoso, poderia esconder muitos dos meus defeitos, quem sabe? A altura se resolve com um salto alto, as espinhas ficam disfarçadas por uma boa maquiagem, e os olhos poderiam ser realçados com um bom jogo de sombras e boas camadas de rímel. E os cabelos? Deveriam estar lisos e brilhantes. E eles até ficavam assim, mas depois de algum tempo os fios teimavam em voltar ao seu estado original...arrepiavam-se primeiro e depois - o horror - perdiam totalmente o brilho.

Lembrar estas coisas me incomoda muito, fico com raiva do que eu pensava de mim mesma. Sei que não devia pensar assim, mas, ah, como eu gostaria de estar lá, novamente, mas com a cabeça que tenho hoje.

Certamente tudo seria bem mais fácil e eu saberia exatamente o que fazer naquelas situações ridículas que aconteciam, por eu ser tão boboca.

Um comentário:

Anônimo disse...

De repente lembrei-me duma daquelas frases das "ovelhas irlandesas": I'm not overweight, I'm undertall!

Sempre no optimismo! Senão, o que vai ser de nós???