Fingir que sinto
o que não sinto.
Fingir que em mim arde,
quando o frio gela.
Fingir que falo,
quando dentro calo a voz que grita.
Fingir que como,
quando a fome é outra.
Fingir que escuto,
quando surda estou.
Fingir, fingir, fingir.
Logo eu, cuja face
é puro espelho rosado.
Logo eu, que, neste palco,
falto propositalmente aos ensaios.
Logo eu, que persigo a verdade
como se esta fosse meu último suspiro.
Logo estarei longe
longe de mim.
Logo eu.
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