08 setembro 2007

logo eu

Fingir que sinto
o que não sinto.
Fingir que em mim arde,
quando o frio gela.
Fingir que falo,
quando dentro calo a voz que grita.
Fingir que como,
quando a fome é outra.
Fingir que escuto,
quando surda estou.

Fingir, fingir, fingir.

Logo eu, cuja face
é puro espelho rosado.

Logo eu, que, neste palco,
falto propositalmente aos ensaios.

Logo eu, que persigo a verdade
como se esta fosse meu último suspiro.

Logo estarei longe
longe de mim.

Logo eu.

Nenhum comentário: