17 abril 2008

scrapbooking

Arte: Angela Cartwright (aquela do seriado "Perdidos no Espaço)

O scrapbooking - uma espécie de livro de recordações e recadinhos - já existe há algum tempo, mas só agora me chamou a atenção, talvez em função do fato de eu querer aqui escrever sobre minhas confusas memórias.

É mais ou menos o mesmo processo da escrita de um texto, só que, ao invés de o santo baixar e escrever com sua mão, ele garimpa fotos, recortes de revistas ou papéis decorativos, e faz uma colagem de itens superpostos a frases ou poesias ou textos, formando assim uma espécie de "tela de memória".

Coisa de paciência de ourives. Há que se ter muito tempo disponível para fazer isso. E boa mão para recortar e colar, além de criatividade para descolar idéias e combinar as coisas, sem que isso se torne uma massaroca de informação desencontrada. Há muita indústria interessada em vender miudezas para os compenetrados scrapbookers. E o preço destas coisinhas é bem salgado.

Sem saber disso, quando adolescente, eu já tinha um livro desses, e o guardo comigo até hoje. Recortava e colava ali tudo que achava interessante e significativo. Há fotos de revista, poesias cortadas de jornais e outras de minha própria lavra, textos melosos copiados de livros que lia, declarações de amizade à amigos e outros frufruzinhos de menina romântica e casadoira. Mas tudo era feito à mão, nada de acessórios caros.

Me orgulho de meu livro de recordações e de também te-lo mantido até hoje. Não pelo livro mas sim pela memória que ele me devolve. Nossa memória é algo de grande valor. Mas só hoje eu entendo isso. Por que só valorizamos algo quando ele se torna mais escasso, mais difícil de ser encontrado. Infelizmente é assim.

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