22 julho 2010

abstraindo o momento



Hoje, deparei-me com hienas cor de âmbar sob o peitoril daquela imensa janela que dá para o precipício dos eucaliptos fúcsias de Estolingrado.


Nenhum véu, nem as vinhas, nem os vãos.

E dentro das horas cujos minutos pingavam cera sobre o pires da xícara que ardia sobre as amarelas encostas daquelas tortas costas de DeMiltons, lancei-me ao hálito apodrecido das magnólias nauseabundas, num vôo sem esqueletos nem chumbo, na ânsia de vômito mais só, insone e insólito que nunca, em camadas e espasmos, houveram de haver no curto espaço cumprido por esta breve fenda atemporal que se me revela neste frígido frigir de ovos moles.

Nem as vinhas. Nem os vãos.

Nenhuma senda, nem sonda, nem lontra. Nenhum caramanchão. Tudo encerrava as navetes, e os molhes firmavam como luvas até o espartilho. Mudas, medos, malvadas múmias miavam nas catacumbas aureoladas dos eternos picos cerrados, e o cheiro era de montanhas de nenúfares. Ah, os eternos picos!! Sem sombra, daqueles píncaros nada se garfava, só gargalhava. Havia muitas heras, e as priscas eram outras...

O véu se fez veia. A Velha se fez virgo. O lance final sossobrava e nada vinha do que viria se viesse ser.

Que desperdício! Sim, as priscas eram outras. E o nada se fez mais nada.

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