24 junho 2007

atenção

Diomio, quanta coisa para escrever!!! Preciso lembrar de tudo o que venho esquecendo, últimamente. Tudo é importante, tudo merece um registro, nada deve ser ignorado. Preciso ficar atenta, olhos e ouvidos bem abertos, nariz apurado no olfato, para memorizar o caminho que percorri para chegar onde cheguei. Sim, eu posso querer voltar.
O "voltar" aqui pode ser uma novidade, entre tantos descaminhos. O voltar pode ser relembrar, também, momentos de puro êxtase que ficaram suspensos naquele cantinho da memória, que teima em "piscar" vez ou outra, assim, num brevíssimo instante em que sem se percebe que algo nos é familiar. "Já vi este filme", poderia dizer, mas o vi de uma forma diferente, com outros personagens, outras falas, mas com o mesmo significado de agora. Isso me fascina e me põe pasma diante de uma releitura de acontecimentos passados - os bons acontecimentos - que podem reviver diante de uma não-espera, uma surpresa agradável e que me faz conciliar-me com o tempo.
A vida é brincalhona demais. Brinca conosco o tempo todo. Brinca de esconde-esconde e nos faz de bobos, às vezes, diante do que, sem querer, achamos. Sabíamos que estava escondido, mas não sabíamos o processo da procura através de pistas deixadas. Não sabíamos reconhecê-las quando apareciam à nossa frente, em forma de frases soltas ou outro sinal simbólicamente escolhido por ela. Ela, a vida, nossa amiga que dá e tira, tem esse caráter informal e cruel. Nos coloca à prova, nos põe contra a parede, nos provoca e nos atiça.
"É preciso estar atento e forte..." dizia quela canção. Nunca isso me foi tão verdadeiro como agora.

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