28 março 2008

o lugar de tudo

Chove.
Como bolinhas de vidro, os pingos saltitam e ecoam pelas telhas.
Essa música é linda.
E cresce.
Agora as bolinhas de vidro tornaram-se cachoeira.
O efêmero no rio do piso de cacos brancos, sem folhas secas prá levar na correnteza.
Sem barquinhos de papel.
Sem pés descalços.
Aqui de cima eu só observo, parada e sem vontades.
O ralo e sua grelha faminta engolem a chuva e sua linda música.

Dou de ombros.
Nada mais preciso saber.
É assim mesmo. É a música.
Num repente tudo pode ser limpo, coado e escoado.
Tudo pode voltar para o lugar de onde veio.

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